Fundação La Caja e Gapi juntam-se pelo progresso de Moçambique

A experiência de seis meses de trabalho na implementação em Cabo Delgado de um projecto-piloto denominado “W4P” – Trabalho Para o Progresso – foi o tema central de um encontro de uma delegação da Fundação La Caja, chefiada pela Infanta Cristina de Espanha e a Comissão Executiva da Gapi. “Concluímos que, juntos e em parceria com a sociedade civil e ongs como a Ayuda em Accion, temos capacidades para fazer muito mais pelo progresso e bem-estar da população nas zonas rurais do Norte de Moçambique, em particular e com urgência nas zonas afectadas pelo terrorismo” –   disse Adolfo Muholove, PCE da Gapi no final do encontro.

Nos primeiros meses de arranque deste projecto, que nesta fase conta com um fundo limitado a 8,7 milhões de Meticais disponibilizado pela Fundação La Caja, a Gapi identificou 31 micronegócios que estão a ser assistidos para se converterem em empresas formais e terem acesso a crédito. As condições desses financiamentos incluem períodos de deferimento convenientes para a estabilização inicial dos negócios, bem como taxas de juro inferiores a 12% ao ano. A Gapi está a assumir com meios próprios a responsabilidade de acompanhamento dos beneficiários. Cerca de uma centena de postos de trabalho já foram assegurados.

A organização Ayuda em Acción tem dado a conhecer à Fundação La Caja as competências e implantação da Gapi para realizar projectos mais ambiciosos e abrangentes na região Norte de Moçambique. O gerente da Gapi em Cabo Delgado, Bruno Torres, participou recentemente numa conferencia internacional em Barcelona que assinalou os 25 anos de cooperação internacional da Fundação La Caja, tendo relatado a “experiência recente da Gapi em programas para o desenvolvimento de jovens e mulheres, designadamente o Agro-jovem, PROMER, Juve Inova, Incubox, que são co-financiados por agências de cooperação multilateral”.

“No portfolio da Gapi, além da gestão de linhas de crédito e sistemas de garantias para pequenas empresas, a instituição tem também sido solicitada a realizar intervenções de estabilização e inclusão socio-económica em áreas de actividades de megaprojectos como os da Total Energies em Palma, em Montepuez com a Ruby Mining e em Cateme-Tete com a Vale” – acrescentou Rui Amaral da Comissão Executiva desta instituição financeira de desenvolvimento.

No encontro com a Infanta Cristina, o PCE da Gapi adiantou que a Gapi está a ampliar a sua presença e capacidade de intervenção em todo o Norte de Moçambique, com enfoque particular nos corredores Pemba-Lichinga e Corredor de Nacala. A direcção da La Caja apreciou igualmente o facto de várias instituições do Governo moçambicano estabelecerem acordos e contratos com a Gapi para assegurarem uma implementação eficiente de programas e projectos de desenvolvimento com financiamento público, como o recente contrato entre o IPEME (Instituto para a Promoção de Pequenas e Médias Empresas) e a Gapi para a gestão de uma fábrica de rações em Niassa.

Além das cinco delegações na região Norte, a Gapi está a promover uma rede de microbancos e Unidades de Desenvolvimento de Negócios locais que facilitam a prestação de serviços de assistência à iniciação e  gestão de negócios, bem como promover a inclusão financeira e acesso a capital.

No final da visita à sede da Gapi, a Infanta Cristina e seus acompanhantes mostraram curiosidade pela  história desta instituição financeira de desenvolvimento criada há mais de três décadas e que surgiu de um entendimento publico-privado com a missão de promover objectivos semelhantes aos da La Caja.

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