A Gapi – Sociedade de Investimentos iniciou esta semana a fase piloto de um Programa de Promoção e Empoderamento da Mulher Empreendedora, que consiste num pacote que integra assistência técnica e financeira a projectos de negócio pertencentes e geridos por mulheres. Esta fase de arranque envolve as cinco empresárias finalistas do programa “SanBio-FemBioBiz-2018”.
Aurora Psico, coordenadora desta iniciativa por parte da Gapi referiu que “o programa tem por objectivo aumentar a participação da mulher na esfera económica, mas sobretudo o benefício adveniente dessa participação. E envolve uma componente de assistência técnica, que compreende apoio na transposição da ideia de negócio em plano de negócio, assistência nas vertentes legal, fiscal, de contabilidade, marketing, entre outros aspectos que vierem a ser identificados como decisivos para o sucesso de cada negócio. A outra componente, é a de financiamento aos projectos, a ser efectuada em função das necessidades e especificidades do negócio. Podendo ser feito através de créditos, garantias ou mesmo, a médio prazo, por via de participações financeiras”, concluiu.
Os primeiros cinco projectos a serem assistidos são os de Iolanda Almeida, que através da empresa INMA Agronegócio, está a processar e comercializar o “café do Ibo”; o de Maria Sibia, da empresa Casa do Campo Lda, que produz ovos de codornizes; o de Márcia Manjate, da empresa Elifruta, que produz sumos de frutas frescas, sem corantes nem aditivos; o de Ancha Salvador com a empresa Anchaa´s Glúten Free que produz pães, biscoitos e salgados para as pessoas com intolerância ao glúten; e o de Josina Muchanga que com a sua empresa Xikhaba está a produzir manteiga de amendoim.
António Souto, administrador delegado da Gapi, informou que para esta fase piloto a instituição alocou para já um orçamento de cinco milhões de meticais, dos quais dez por cento são destinados a premiar os três melhores projectos. A Gapi está em negociações para alargar o orçamento a este Programa que espera poder expandir ainda este ano. Além disso, tal como já vem fazendo noutros programas, a Gapi está aberta a parcerias com a banca comercial para que esta crie melhores condições de acesso ao financiamento.
“A Gapi, ao longo dos 30 anos da sua existência, sempre manteve como missão a promoção do sector empresarial nacional. Para isso, combina serviços de assistência técnica, assessoria e capacitação, com serviços de financiamento, ajudando, igualmente, no surgimento de instituições”, afirmou. “A forma como cumprimos a nossa missão tem evoluído em função da conjuntura e das nossas capacidades.”
António Souto realçou que “na actualidade, onde muito se fala de “conteúdo local” há uma grande necessidade de se acarinhar iniciativas empreendedoras detidas e geridas pelas mulheres, por todo o País, pois embora elas sejam geradoras de mais de 60 por cento da riqueza, a percentagem de apropriação dessa riqueza pelas mulheres ainda é muito reduzida”, frisou.
Numa reunião realizada no dia 10, sexta-feira, entre as cinco empresárias e a Gapi, foram identificados alguns dos principais constrangimentos que diminuem a possibilidade de sucesso dos negócios de pequena escala, em particular os que dependem de mulheres. A direcção da Gapi iniciou esta auscultação directa junto das próprias empresárias para que o futuro programa responda com acções concretas e relevantes para o crescimento destas empresas.
“O que a Gapi pretende com este programa é contribuir para a igualdade do género, o que implica capacitar a mulher, dotando-a de condições necessárias para o seu empoderamento económico”, concluiu Aurora Psico.