A TCT, Indústria Florestal (TCT-IF) – uma empresa participada pela Gapi e que detém uma concessão de 25 mil hectares no distrito de Cheringoma, província de Sofala – está a recuperar diversa madeira preciosa e com valor para exportação, abandonada por operadores furtivos que têm vindo a destruir vastas áreas de floresta com abates ilegais.
Em Junho último, o director da TCT, James White, recebeu das mãos do Ministro da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural, Celso Correia, um Certificado de Exportador, que autoriza esta empresa a exportar madeira de espécies nativas. Esta certificação ocorre numa altura em que as autoridades cancelaram licenças de muitos operadores, por não se conformarem com as regras estabelecidas pelas autoridades de protecção dos recursos florestais. A acção presentemente em curso para que a TCT recupere a madeira desperdiçada por piratas é promovida e coordenada pelos Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia de Sofala.
De acordo com Rui Amaral, Director-Adjunto da TCT-IF, “o Checate Preto e Mopani são espécies que durante muitos anos foram derrubadas ineficientemente, daí a existência de enormes quantidades de troncos e cepos não processados abandonados no terreno, criando um impacto ambiental muito negativo. Prosseguindo, Rui explicou que a TCT-IF, reconhecendo o enorme potencial do Pau Preto e Mopani, iniciou uma campanha de marketing no espaço europeu para averiguar a existência de mercados para tais espécies de madeira.
“Este trabalho permitiu identificar um mercado para a transformação de pedaços dessas madeiras em instrumentos musicais, entre outras valiosas aplicações. Esta iniciativa, em colaboração com os Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia, está a possibilitar o aproveitamento de troncos abandonados e a exportação de 100% de material processado a nível local, dando a conhecer à comunidade local, bem como a outras empresas do sector como melhor aproveitar esses materiais de grande valor comercial”, concluiu.
Amaral, que é também, na Gapi, coordenador de programas de desenvolvimento, revelou ainda que a TCT-IF envolve as comunidades locais em vários projectos sustentáveis e de longo prazo. “Foi assim que iniciámos um programa de construção de colmeias, que já totalizam o número de 1000 em Matondo e Cherimate. O mel produzido nestas colmeias tem contribuído para a dieta de crianças nas escolas locais e para a melhoria do rendimento das famílias de apicultores. Outras acções no mesmo domínio incluem a oferta de carteiras escolares e caixões, às comunidades locais” .
Em 2015, a TCT-IF foi galardoada pelo Governo de Moçambique pela Excelência na gestão dos recursos florestais em virtude do seu empenho na reflorestação, com o envolvimento da comunidade, incluindo incentivos monetários por cada árvore plantada e devidamente cuidada. Também em 2011 a TCT-IF foi distinguida pelo Conselho de Ministros, como a “Concessão florestal modelo”, devido à gestão sustentável dos recursos florestais e faunísticos na sua concessão. A empresa obteve autorização para a exploração de uma área de 9 mil hectares destinada a turismo cinegético, cujo potencial resulta do cuidado de conservação da floresta e fauna existente na concessão.
Para valorizar e replicar a experiência e conhecimento que a TCT tem acumulado, em particular através do trabalho do seu director, James White, que vive e trabalha naquela concessão há cerca de 20 anos, a Gapi está a promover na sede da empresa, em Catapu, distrito de Cheringoma, a criação de um centro de formação que dê apoio à formação de uma geração de jovens moçambicanos capacitados e treinados em matérias de gestão da biodiversidade.