A criação de uma classe média nacional assente no sector produtivo, é apontada por vários especialistas e organizações de renome internacional, como um dos caminhos para o desenvolvimento. Ciente disso e alicerçando-se na sua experiência e em vários estudos que apontam que só com o surgimento de mais empresas e empreendimentos, se pode alcançar o referido desenvolvimento, a Gapi vem se destacando na promoção do surgimento de uma nova classe empresarial.
Dando enfoque às zonas rurais e ollhando com particular responsabilidade para áreas como a Segurança alimentar, inclusão financeira e género e juventude, esta instituição fincanceira de desenvolvimento com 28 anos de existência, tem se destacado pela forma bem sucedida com que vem criando empresários nos mais diversos sectores de actividade, com um grande impacto nas comunidades onde estão inseridas.
Cornélio Seta, é um desses empresário criados pela Gapi. Em 2005, era um comerciante informal de Montepuez, província de Cabo Delgado e, actualmente com o seu negócio devidamente registado, tem demonstrado um bom desempenho no fomento de culturas e comercialização agrícola, o que lhe permitiu aceder a um apoio no valor de perto de 10 milhões de meticais do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrário (IFAD).
Este valor, que lhe é atribuido no âmbito do Programa de Promoção de Mercados Rurais (Promer), implementado pela Gapi, é uma comparticipação do IFAD, num projecto por este desenhado e orçado em 18 milhões de meticais. Seta, que comparticipará com os restantes 45%, deverá ter bom desempenho e cumprir com o projecto aprovado, de modo a transformar este apoio em oferta.
Desde 2005, altura em que iniciou a sua história com a Gapi, Seta tem beneficiado de orientação e capacitação empresarial e técnica, que o ajudou a dar rumo ao seu negócio que desde o início mostrava um enorme potencial, além de ter recebido, em forma de financiamento, valores que já superam os 15 milhões de meticais.
Com 52 anos, é pai de 7 filhos e pela sua ética, dedicação e profissionalismo conseguiu um contrato com uma das maiores empresas de exportação agrícola na zona Norte, a Export Marketing. O seu trabalho envolve cerca de 40 associações de produtores, para as quais faz o fomento de culturas como milho, gergelim, amendoim, feijão e castanha de caju. Actualmente, conta com cerca de 34 trabalhadores fixos e 120 sazonais.
Cornélio Seta assume que “este reconhecimento é honroso para mim. Percebo que significa mais responsabilidade e espero continuar a contar com as capacitações e consultorias da Gapi para melhor gerir os meus negócios”.
Este apoio atribuído pelo IFAD, no âmbito do Promer, é a expressão mais alta de reconhecimento pelo potencial deste empresário na contribuição para o aumento da produção, produtividade e renda familiar nas comunidades onde opera. Bruno Torres, Gerente da Gapi, em Montepuez, explica que a escolha do Seta baseou-se na sua vasta experiencia na área do agro-negócio e da adopção de boas práticas comerciais.
“Com a implementação do projecto de desenvolvimento da cadeia de valor de algumas culturas, a empresa de Seta vai beneficiar mais de 2 mil produtores de 35 associações, que passarão a contar com serviços de extensão agrária como lavouras, provisão de insumos e compra dos produtos. Isto vai contribuir para o aumento da produção, produtividade e rendimento das famílias rurais, além de garantir mercado para os excedentes agrícolas dos produtores dos distritos de Balama e Montepuez.” – explicou Bruno Torres.
A evolução de Seta, que passou de ambulante a empresário, reflecte a sua larga experiência da Gapi, no apoio à formalização e acompanhamento do crescimento destas iniciativas. Nesta senda, Seta é apenas um dos vários exemplos de empreendedores que tiveram o seu início somente com a visão do seu negócio e que com o apoio certo, evoluíram. Recentemente, um jovem que fora vendedor ambulante em Xaixai há 20 anos, inaugurou uma loja num dos melhores supermercados da cidade de Maputo. No acto de abertura, este reconheceu o papel desempenhado pela Gapi para o seu crescimento.